Um bom casamento é um presente da graça de Deus. Encontrar alguém disposto a nos amar apesar de nós mesmos (assim como Deus) e permanecer ao nosso lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença (assim como Deus) é, prezado amigo, uma bênção de valor incalculável.
Estou a caminho de uma reunião campal no Alasca. A pessoa sentada ao meu lado no avião é um executivo aposentado que está indo para o extremo norte pescar. Conversamos bastante e ele ficou sabendo que Noelene e eu nos casamos logo após a faculdade e fomos para a Índia trabalhar como missionários.
– Ela casou com você e foi para a Índia? – ele exclamou. – Que mulher!
Ele tem razão. Que mulher a minha! Poderia escrever um livro sobre ela, mas um incidente se sobressai acima de todos desde o corajoso “sim” de Noelene. Aconteceu num sábado. No dia seguinte viajaríamos para Fort Lauderdale, Miami, onde entraríamos a bordo de um cruzeiro de sete dias pelas ilhas ocidentais do Caribe. Estávamos ansiosos por trocar o frio e o gelo pelas águas cristalinas e dias quentes à frente.
Ao nos aproximarmos da porta da igreja, o salto de Noelene ficou preso numa pequena abertura no pavimento irregular. Nossa filha, que tinha vindo de Chicago para nos visitar, estava ao seu lado, e eu a um passo atrás. Mesmo assim, antes que pudéssemos fazer qualquer coisa para socorrê-la, ela caiu e bateu o rosto no chão de concreto. O sangue começou a jorrar de seu nariz e boca e a manchar o casaco pesado. Noelene ficou prostrada na calçada gelada.
Sem perder tempo, os amigos entraram em ação e chamaram uma enfermeira, que estancou o sangramento. Em seguida, fomos à sala de emergência do Hospital Adventista de Washington. Depois de os exames mostrarem que ela não tinha quebrado nada, exceto o nariz, sua primeira pergunta ao médico foi:
– Vou poder ir ao cruzeiro?
Não parou por aí. Receberíamos visitas para o almoço naquele dia. Cientes do acidente, os amigos ligaram para todos os convidados informando que o almoço fora cancelado. No entanto, às 12h45, horário em que recebeu alta, Noelene disse para os convidados irem almoçar. Ela se sentou à mesa com os olhos inchados, quase fechados, e os lábios machucados. E foi ao cruzeiro, usando óculos escuros para disfarçar as enormes manchas roxas. Que mulher!
Extraído de Meditações Diárias
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