Chuck (nome real) estava no hospital. O médico acabara de dizer-lhe que não havia nada mais a ser feito por seu coração. Ele já havia vivido mais tempo do que as expectativas, mas o fim estava próximo. Chuck era um empresário de sucesso e era envolvido com muitas organizações cristãs. Em igrejas das quais foi membro, ele havia servido em conselhos e como professor de EBD. Agora ele estava morrendo e estava aterrorizado.
Chuck carregava consigo um segredo que poucas pessoas sabiam. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele pilotou aviões de bombardeio em missões sobre o Japão, lançando milhares de quilos de explosivos naquele país. Ele sabia que havia matado centenas, se não milhares, de pessoas. Em sua 24ª missão, seu avião fora atingido severamente, mas ele fora capaz de pilotá-lo de volta para a base. Seu copiloto, contudo, morrera. Chuck estava apto para retornar para casa após sua 25ª missão, mas ele estava tão irado com a morte de seu copiloto, que ele se alistou para mais 25 missões, e depois para mais 25, a fim de que pudesse matar mais japoneses. E ele matou. Após 76 missões, ele finalmente voltou para casa.
Em seu caminho de volta para Michigan, ele estava em uma base na Califórnia, onde encontrou alguns japoneses prisioneiros de guerra. Alguns deles eram muito bondosos e lhe disseram que eles não queriam a guerra. Eles também só queriam voltar para as suas casas. Eles lhe mostraram fotos de esposas e filhos. A ira de Chuck se transformou em medo. Ele assumiu que havia matado algumas das esposas e filhos deles. Ele começou a perceber que não havia apenas matado civis, mas havia se alistado para matar.
Agora, sessenta anos depois, a realidade de encarar Deus revelou seu mais profundo medo. Ele morreria e seria condenado ao inferno. Chuck terminou sua história, abraçou os joelhos, deu as costas para mim e ficou olhando para a parede. Seu corpo frágil fez até mesmo um leito de hospital parecer grande. Chuck havia me ouvido pregar o evangelho por anos. Mas naquele dia estava óbvio que, embora pensasse que o evangelho fosse verdadeiro, não era verdadeiro para ele. O caso dele era diferente.
Eu me sentei em silêncio e tentei imaginar o peso da sua culpa, e então disse: “Chuck, você é um grande pecador, mas Jesus é maior Salvador do que você é pecador”. Chuck replicou como se tivesse sido atingido por um raio. Ele olhou para mim como se tivesse ouvido isso pela primeira vez. Ele arregalou os olhos, seu rosto se encheu de vida e ele disse: “É isso, não é?! Jesus é um Salvador maior do que eu sou um pecador”.
Chuck morreu duas semanas depois. A alegria de sua vida naquelas últimas duas semanas tornou evidente para todos que o visitaram que as cadeias dele haviam sido quebradas. Seu coração estava liberto.